terça-feira, 31 de março de 2009

UM DIA NA ERA LULA


Hoje eu tive um dia na era Lula. Cedo conversei com meu namorado, bolsista do Prouni (bolsa integral), prêmio pelo bom desempenho no Enem e por estudar em escola pública. Estuda Direito numa faculdade particular. Amanheci com uma alergia que me obrigou ir a um posto de saúde no meu bairro e me consultar com o médico do programa Saúde da Família, que me receitou dexometazona. Fui direto comprar o medicamento numa Farmácia Popular do Brasil, invenção do governo Lula, que vende remédio subsidiado a preços módicos. Antes, porém, passei numa farmácia convencional. O medicamento custava R$ 21,23. Na Farmácia do Lula me custou inacreditáveis R$ 1,00 (um real)! Bom, dali, já meio-dia, segui para almoçar no Restaurante Comunitário de Palmas, onde almoçam cerca de 2.500 trabalhadores por dia. A refeição? R$ 1,00. Os restaurantes comunitários, espalhados por todo o Brasil, são obras do governo Lula. Almocei com outro amigo meu, estudante da Universidade Federal do Tocantins, que se fazia acompanhado por um outro estudante, indígena, cotista, estudando Direito também na Federal. Coisa desse governo Lula!! Terminei o dia lendo as notícias sobre política. Lula, mesmo sem ser candidato, está na frente de todos os concorrentes! E Dilma Rousseft, a preferida, subindo nas pesquisas. Por isso que ainda na rua, antes de postar esse blog, passei por um verredor de rua, que sob o sol inclemente de Palmas, fazia seu labor. Perguntei em quem ele votaria ano que vem para presidente. A resposta veio certa: LULA. Falei pra ele que o Lula não poderia ser candidato, que ele já fora reeleito e que Lula apresentaria um candidato, ou uma candidata. "Mas ainda prefiro o Lula" disse ele. Fim.

segunda-feira, 9 de março de 2009

SARNEY E O DIABO


SARNEY E O DIABO
Em uma de suas viagens no jatinho do laranja dono de uma faculdade maranhense, Sarney com aquele pijama de seda, fazia a leitura diária de seu Maquiavel em um aposento privativo do avião. No mesmo vôo, vinha sua assessoria e os puxa, quando em dado instante, eis quem aparece, ele mesmo, o capiroto. Nesse instante, para não perder a viagem, o coisa ruim disse que o jato ia cair e todos iriam morrer e começou a fazer o avião balançar muito. Apavorados, os assessores foram até a cabine onde se encontrava o tranqüilo chefe e contaram o que estava acontecendo. Zangado, o Senador saiu do cômodo e foi ter com o capa preta e perguntou-lhe:
Sarney: você sabe quem sou eu?
O diabo: sim, o Sarney
Sarney: você sabe quem mandou prender o Zé Reinaldo usando seu prestigio junto a justiça e até a PF para satisfazer os caprichos de uma filha mimada?
O diabo: Com certeza, foi Vossa Excelência.
Sarney: você sabe quem manda no Amapá e até no desafeto Capiberibe?
O diabo: é o Senhor.
Sarney: você sabe quem não deixou o atual Governador do Estado do Maranhão trabalhar e irá tirá-lo do cargo no tapetão?
O diabo: O senhor é fogo, não há dúvida que é o senhor.
Sarney: você sabe quem manda no Lula e em meia duzia de petistas?
O diabo: O Senhor é claro.
Sarney: você sabe quem mandou durante quarenta anos no Maranhão, transformando-o no Estado mais pobre do Brasil e tem o menor IDH do País. Construiu também um mausoléu num lugar que era do Estado só pra satisfazer seu ego?
O diabo: É demais, foi Vossa Excelência.
Sarney: sabe quem dá as cartas na Eletronorte, BNDES, Ministério das Comunicações, Correios, Petrobrás e tem grandes influências em quase todos os Ministérios e na Câmara dos Deputados.?
O diabo: não tenho dúvidas que é Vossa Excelência.
Sarney: você sabe quem é sócio de um Banco em Miami, foi sócio do ex Banco Santos, é sócio de uma Indústria de automóveis na Índia, sócio de um grande hospital, de um shopping e de dois prédios na avenida mais movimentada de São Luís, além de possuir vários quadros famosos e livros raros em uma Ilha?
O diabo: isso nem eu sei dizer de quem é, mas na dúvida… acho que é de um senador…
Sarney: sabe quem Ricardo Murad chama de painho e toma a benção todo dia por telefone antes de sair de casa.
O diabo: francamente, é o senhor.
Sarney: você sabia que agora sou Presidente do Senado só para abafar uma investigação da PF e tirar o Tasso Genro, tudo isso pra mostrar pro Lula quem manda?
O diabo: tu és pior que eu, porra!
Sarney: sabe quem possui o maior império de comunicação do Brasil para manipular pessoas em um Estado que tem um dos maiores índices de analfabetismo do país?
O diabo: cruz credo, és tu.
Sarney: sabes quem é meu genro?
O diabo: vou enfartar…
Sarney: Se liga, se eu morrer, com certeza, vou pro inferno.
O diabo: vai pra lá coisa ruim.
Nesse instante o capiroto sumiu e o avião voltou a não mais balançar e tudo ficou como antes. Moral da história. Até o diabo tem medo do que Sarney pode fazer no inferno. Que coisa!
(Enviado por um internauta a Paulo Henrique Amorim)

domingo, 1 de março de 2009

A FÉ DOS HOMOFÓBICOS


Vou socializar esse belíssimo texto do jornalista André Petry, da Revista Veja, publicada na edição 2.067 de 02 de Julho de 2008. Para reflexão. Esse texto do famoso jornalista foi um dos mais criticados de Veja.
O presidente Lula e a primeira dama Marisa Letícia estiveram na abertura da I Conferência Nacional GLBT, que aconteceu em 2008 e falou que é a favor da PLC 122/06.


A fé dos homofóbicos
"Dizem eles que a criminalização da homofobia levará à prisão em massa de pastores e padres, e viveremos todos sob o domínio gay. A história ensina que essa lei será aprovada, e a vida seguirá seu curso regular, sem nada de extraordinário"
Por André Petry, na Veja:
Em 1946, quando os negros reivindicaram a inclusão de alguns direitos na Constituição, foi um salseiro. Foram acusados de antidemocráticos e racistas por congressistas e estudantes da UNE. Em 1988, a Constituição promoveu o racismo de contravenção a crime. Ninguém chiou. Na década de 50, quando se discutia o divórcio, teve cardeal dizendo que se devia pegar em armas para combater a proposta. Em 1977, o Congresso aprovou o divórcio. Não houve tiroteio, e a igreja do cardeal nunca mais tocou no assunto. Recordar é viver.
Agora, os evangélicos estão anunciando o apocalipse caso o Senado faça o que a Câmara já fez: aprovar lei punindo a homofobia com prisão. A lei em vigor pune a discriminação por raça, cor, etnia, religião e procedência nacional. A nova acrescenta a punição por discriminação contra homossexuais. Cerca de 1 000 evangélicos tentaram invadir o Senado em protesto. Dizem que a criminalização da homofobia levará à prisão em massa de pastores e padres, e viveremos todos sob o domínio gay. A história ensina que, cedo ou tarde, a lei, ou outra qualquer com objetivo similar, será aprovada, e a vida seguirá seu curso regular sem nada de extraordinário.
Os evangélicos e aliados dizem que proibir a discriminação contra gays fere a liberdade de expressão e religião. Dizem que padres e pastores, na prática de sua crença, não poderão mais criticar a homossexualidade como pecado infecto e, se o fizerem, vão parar no xadrez. É uma interpretação tão grosseira da lei que é difícil crer que seja de boa-fé.
Tal como está, a lei não proíbe a crítica. Proíbe a discriminação. Não pune a opinião. Pune a manifestação do preconceito. Uma coisa é ser contra o casamento gay, por razões de qualquer natureza. Outra coisa é humilhar os gays, apontá-los como filhos do demônio, doentes ou tarados. É tão reacionário quanto uma Ku Klux Klan alegar que a proibição da segregação racial fere sua liberdade de expressão. Querem a liberdade de usar a tecnologia Holerite de cartões perfurados pela IBM?
Alegam que a liberdade religiosa fica limitada porque combater o pecado vira crime. É um duplo equívoco. O primeiro é achar que uma doutrina de crença em forças sobrenaturais autoriza o fiel a discriminar o herege. O segundo é atribuir à lei valor moral. O direito penal não é instrumento para infundir virtudes. É um meio para garantir o convívio minimamente pacífico em sociedade. Matar é crime não porque seja imoral, mas porque a sociedade entendeu que a vida deve ser preservada. Dúvidas? Recorram ao Supremo Tribunal Federal. Na democracia, é assim. Lei não é bíblia de moralidade.
O que essa proposta pretende dar aos gays, e sabe-se lá se terá alguma eficácia, é aquilo a que todo ser humano tem direito: respeito à sua integridade física e moral. Os evangélicos, pelo menos os que foram a Brasília, dão prova de desconhecer que seres humanos não diferem de coisas só porque são um fim em si mesmos. Os seres humanos diferem das coisas porque, além de tudo, têm dignidade. As coisas têm preço.